domingo, 23 de agosto de 2020

Raízes



Releitura de desenhos a nanquim, século XIX

Dois terços vividos  fazem com que lembranças preencham grande parte do copo. Talvez mais que a metade. E fatos novos evocam antigos.
Ouvi muito sobre arte indígena e negra na Unespar.  Sobre a necessidade de fortalecer as lembranças da nossa ancestralidade e senti uma certa discriminação através do repúdio às outras, de origem europeia ou oriental.
Voltando o olhar para a história do Paraná, e de Curitiba, obviamente devemos considerar a contribuição indígena e negra, porém imigrantes de outras coletividades tiveram uma generosa participação em nossa história. Mesmo que alguns insistam numa teoria de "branqueamento". Até parece que  brancura é sinônimo de perversidade...


Imigrantes italianos- Angiolo Tommazi, 1896

Fiquei a lembrar da infância. Do lado paterno tenho um pezinho na oca e na senzala. Do lado materno tenho um pezinho nos alpes austríacos e italianos.
Esta imagem dos pezinhos dançantes certamente arrepiará os radicais do "politicamente correto", porém eu sou antiga, e este era um jeito fofo de falar. Hoje totalmente condenado.


Mosaico della Villa Adriana - Tivoli (II sec.)

Descendo de camponeses, criadores de cabras e cavalos, um pessoal íntimo da natureza e da terra. Do lado paterno idem, creio, embora durante a infância adorasse imaginar histórias sobre princesas beduínas ou japonesas, a minha imagem e semelhança.
Cresci ouvindo belas canções italianas na vitrola do nono, das quais não me lembro, porém quando ouço Buon Giorno Italia, Buon Giorno Maria mergulho de cabeça na nostalgia...ou seria banzo?

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