terça-feira, 1 de dezembro de 2020

O Dilúvio - Leonardo da Vinci



O Dilúvio Nosso da Cada Dia

 Trevas e obscuridade, informações excessivas tendenciosas, enganadoras e abusivas,  multicidade em overdose,  massificação, rotatividade, estímulos sensitivos descartáveis.

Ventos vertiginosos da dualidade, oposição, intolerância, preconceitos inéditos e múltiplos, antagonismo, depredação, violência.

Ramos lacerados pelos políticos, implacáveis, impiedosos, ardilosos em apropriação, dilapidação,  ladroagem

Naves rotas com aparente  brilho, pompa e conforto, repletas de sujidades e malícia, de rancores cultivados, estimulados por motivos vis.

Rebanhos racionais e irracionais, conduzidos, sacrificados, entorpecidos, dizimados.

Gente que se agarra à ilusões, promessas vãs entregando sua essência, seu discernimento e integridade  em prol da resposta rápida, do lucro fácil, da vida cômoda , do óculos grátis, do benefício gratuito. Acreditando ser preferível a outros,  e que  o mundo gravita ao redor do seu ponto cego, da sua exatidão incoerente.

 

Obs:  Para a  releitura  dos esboços sobre "Dilúvio" de Leonardo da Vinci procurei inspiração na xilogravura do mestre japonês Hokusai, "A Grande Onda de Kanagawa.

 

Disciplina: História das Artes Visuais I 

Professora: Claudia Priori


1 - Atividade de criação 

Como você imagina a cena retratada abaixo? 

Quais dilúvios inundam sua vida hoje? 

Quais elementos atingem a vida de mulheres, homens, crianças e animais nos dias atuais?

 Que tragédias, que realidades sociais, que caminhos, que percursos, nossas vidas se deparam todos os dias? 

Que sentimentos temos ao vivenciar tudo isso? 

Essas e outras questões podem ser aspectos e elementos que você pode trazer para seu desenho, pintura, etc... imagine e crie!

Divisões para o dilúvio 

Trevas, vento, fortuna de mar, dilúvio de água, selvas afogadas, chuvas, setas do céu, terremotos e ruína de montes, alagamento de cidades. 

Ventos vertiginosos trazendo água, ramos de plantas e homens [e mulheres] pelo ar. 

Ramos lacerados pelos ventos, misturados com o curso dos ventos, carregados de gente. Plantas rotas, carregadas de gente. 

Naves rotas em pedaços, batidas em escolhos.

 Rebanhos, geada, raios, ventos vertiginosos. 

Gente que se agarra a plantas que não possam sustentar-se, árvores e escolhos, torres, colinas apinhadas, mesas, masseiras, instrumentos de nado, colinas cobertas de homens e mulheres e animais, e setas que das nuvens alumiem as coisas. 

(Fragmento de Leonardo da Vinci, quadro que não pintou, mas esboçou, fez estudos).

Importante: Utilize os materiais que você tiver acesso. Crie! Registre e poste no Classroom de História das Artes Visuais I – noite, até dia 05 de dezembro de 2020. E junto com o registro, poste um breve texto de um ou dois parágrafos explicando suas intenções e expressões realizadas na atividade.

 


Leonardo da Vinci -  Dilúvio

Homem de múltiplos talentos Leonardo di Ser Piero “da Vinci”  mergulhou no estudo da medicina, engenharia, arquitetura e física. Era pintor, desenhista, escultor, arquiteto e engenheiro, escrevia poesia e contos. 

Seus cadernos revelam que ele estava séculos à frente de seu tempo em mecânica e física, fortificações, pontes, armas e desvios de rios para inundar o inimigo, o que ajudou as cidades-estado italianas em suas muitas guerras. 

 Leonardo foi um dos primeiros evolucionistas em relação aos fósseis. Por meio de suas observações cuidadosas, ele notou que "se as conchas tivessem sido carregadas pelo dilúvio lamacento, elas teriam sido misturadas e separadas umas das outras no meio da lama, e não em passos e camadas regulares - como os vemos agora em nosso tempo". Concluiu que o que agora é terra seca, onde esses fósseis aquáticos foram encontrados, deve ter sido coberto pela água do mar. 

Nascido em 15 de abril de 1452, na Vila de Vinci, na Toscana, Itália, era filho da camponesa Caterina Lippi e do tabelião Piero da Vinci. 

Seus pais não eram casados, e ele acabou sendo educado por parentes próximos, como sua madrasta e avó, pois a mãe entregou a guarda ao pai quando o artista tinha apenas 5 anos de idade. 

Leonardo da Vinci passou a juventude na cidade de Florença, num período de grande excitação artística e cultural. Posteriormente, ainda viveu em Milão, Roma e, por último, na França. 

Contemporâneo e grande rival de Michelangelo, ambos contribuíram grandemente

 Leonardo da Vinci morreu no leito em 2 de maio de 1519, poucas semanas após seu 67º aniversário.


Na comemoração do 500º aniversário da morte deste gênio do renascimento  aconteceram muitas inspiradas nas suas obras, incluindo o "Dilúvio".

No texto curto e intenso e nos desenhos  Leonardo aborda o tema da água, sua violência e determinação, 

Formula o questionamento e descrição do que a água determina, mas ao mesmo tempo coloca outro problema: "pensar na água como um personagem que tenta justificar seus atos. dizendo que na sua natureza é pacífico, calmo, como acontece quando os rios ficam livres, sem margens, mas que, ao mesmo tempo, se forçados pelas próprias margens, transbordam, sem poder controlar a sua força ”.

 Numa instalação feita na Itália usando o tema Dilúvio e sua conotação com a água os conceitos são transpostos para a nossa realidade, mostrando que a visão humana da sociedade permanece a mesma , com problemas semelhantes embora as tintas sejam um pouco diferentes:

-"A água, mãe delicada e destruidora violenta, reflete hoje mais do que nunca a condição que une o homem à natureza. Uma natureza, como já profetizou Leonardo, que não resiste ao poder sublime da massa de água que, numa realidade cada vez mais feita pelo homem, se vê obrigada na vida quotidiana a assumir e a preencher novas e variadas formas. Explorada e aprisionada, ela está pronta para se rebelar e explodir, sem vontade divina, vestindo tudo consigo mesma. O que pode o ser humano e toda a terra contra o dilúvio e a tempestade? O que pode o ser humano contra a imensa força da água, elemento capaz de perpetuar a vida e arrancá-la no curto espaço de tempo de um abraço destrutivo? É assim que nasce o desejo de mostrar a natureza mutável da água, companheira eterna do nosso cosmos, indissoluvelmente ligada à nossa existência, dos pensamentos ancestrais e dos sábios desenhos do gênio da Vinci.".

 Considerado um dos maiores expoentes do Renascimento, movimento artístico, científico e cultural ocorrido na Europa entre a Idade Média e a Idade Moderna, no período compreendido entre os séculos XIV, XV e XVI, da Vinci deixou um grande legado artístico.

Inventou e modificou técnicas: 

- Aperfeiçoou o uso do sombreamento, o chamado sfumato

- Utilizou o uso da perspectiva para modelar objetos em superfícies bidimensionais e até tridimensionais. 

- Foi um dos primeiros italianos a usar a técnica de óleo sobre tela. 

Criou mais de 30 obras,várias de temas religiosos, algumas inconclusas como: “A Adoração dos Magos”, “São Jerônimo no Deserto” e a “Batalha de Anghiari”. Inúmeros desenhos, esboços e páginas de notas foram encontradas após sua morte. 

As obras mais conhecidas e admiradas são: “Anunciação”: 1475-1480 “Adoração dos Magos”: 1481 “A última ceia”: 1498 “Mona Lisa ou La Gioconda”: 1503-1505 “A Virgem e o Menino com Santa Ana”: 1510 “São João Batista”: 1514.

Referências de Pesquisa

O Dílúvio - Leonardo da Vinci

Diluvio - Impressões Artísticas

Um Dilúvio de Leonardo da Vinci 

Leonardo da Vinci 

Performance do Dilúvio de Leonardo da Vinci 

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