terça-feira, 11 de agosto de 2020

Caderno de Tintas Naturais




* texto em desenvolvimento


Na primeira etapa do Estudo A Distância, na disciplina Laboratório de Materiais,  desenvolvido durante a Pandemia Covid19  foi solicitado um estudo sobre tintas feitas com pigmentos naturais.

"Primeiras orientações dadas sobre a disciplina (via email) 30 -07
Material sobre tintas naturais para leitura.
Orientações: - faça em uma folha de papel um mostruário de cores extraídas no processo de fricção a partir de frutas, hortaliças, verduras, folhas, flores que tiver ao seu redor. - anote a data, o tipo de processo (fricção) e a partir do que foi feito, como, por exemplo, se usei amora, escreverei amora ao lado da mancha que obtive ao esfregar a amora no papel. - guarde seu mostruário. 

Faremos 5 folhas de mostruário com os demais processos de extração (que serão solicitados nas próximas aulas) e, ao final, faremos um Caderno com essas folhas. 
- O Caderno será finalizado na primeira semana de Agosto."professora Mauren Teuber.

Para realizar a tarefa foram utilizadas folhas de A3, dobradas pelo meio, de papel liso gramatura 180.
Várias amostras botânicas foram testadas  in natura (fricção e liquidificação), extraídas pelo calor ( cocção e maceração) e extraídas por solventes (álcool), alcalis ( agua+bicarbonato de calcio) e ácidos (vinagre).
 Os resultados mais interessantes obtidos com extratos botânicos foram:



Alfeneiro  (Ligustrum vulgare) - Pertence ao extenso grupo ( cerca de 200)  de  plantas tintureiras ou  anileiras, que produzem anil.  As principais anileiras  são as espécies Indigofera spp, produtoras de azul índigo ( jeans)




O alfeneiro produz pigmento azul arroxeado, estável que se comporta de maneira semelhante nos diversos meios de extração. Por cocção a extração é intensificada resultando em líquido azul marinho quase negro. No papel o azul índigo é consistente.
Estou aguardando a secagem do material que sobrou da cocção para tentar obter um pigmento por moagem.


Cúrcuma ou Açafrão-da-terra (Curcuma longa)  - Originária da Índia muita usada  como tempero, o pó é obtido das raízes da planta cúrcuma. Não deve ser confundida com o verdadeiro açafrão que é retirado dos pistilos da flor de açafrão, e extremamente custoso.
Obtém-se da cúrcuma um belo tom de amarelo.




Hibiscus (Hibiscus acetosella) - Também conhecida  como vinagreira roxa é arbusto de origem africana com folhas escuras de tonalidade roxa avermelhada, que pode atingir 3 metros de altura. As flores e folhas tem valor medicinal, culinário e industrial na produção de pigmentos. Flores secas são usadas em delicioso chá de sabor levemente cítrico. A intensidade da coloração vermelha depende da espécie utilizada,da maturação e cultivo.

Os pigmentos (antocianinas e taninos) das flores secas de hibiscus  se transformam indo rapidamente do púrpura ao roxo azulado, quando em contato com o papel. Isto provavelmente se deve a alcalinidade do papel.
Antigamente no processo de produção dos papeis eram usadas substancias ácidas. O que determinava amarelamento com o passar do tempo e menor vida útil. Hoje encontramos muitos papéis alcalinos que são mais brancos,  e adequados as impressões mecânicas.
Penso que saber o pH do papel usado deve ser importante para artistas que gostam de preparar suas tintas com substratos botânicos.
Hortências se comportam de maneira semelhante ao hibiscus. "In natura" a mesma espécie de Hortência desenvolve floração rosa em solo ácido e azul em solo alcalino. As vezes no mesmo jardim.
Existem pesquisas comparando a extração das antocianinas de hibiscus e similares como o repolho-roxo, usando soluções alcoólicas,  aquosas com dióxido de enxofre, a quente e a frio.





Urucum (Bixa orellana) - originário das Américas era conhecido e usado pelos índios brasileiros assim como o jenipapo ( preto).  A intenção era proteger a pele do sol e das piadas de mosquitos. Obtém-se cor vermelha das sementes do urucum em pó. Muito apreciado para uso na alimentação a tintura chamada "colorau" é inofensiva para saúde.

O vermelho intenso e claro se deve a presença de bixina (pigmento vermelho, solúvel em óleo ) e orelhena  (pigmento amarelo solúvel em água.)





Quando usado constantemente sobre a pele confere tonalidade avermelhada permanente, pois as partículas em pó entopem os poros da epiderme sendo dificilmente eliminadas. Tinge utensílios também.


Tintas de terras

Considerando as dificuldades momentâneas para coleta de campo, devido a Pandemia Covid19 a opção foi para argilas naturais comercializadas pela PEM (41-984968897).
Está escolha eliminou as etapas iniciais da preparação do pigmento terra que inclui separação de detritos, esterilização e secagem.


Argila branca: dolomita
Argila bege; argila verde; argila azul;
argila cinza; argila marrom; argila preta; argila amarela; argila rosa; argila vermelha; argila rosa: minerais do grupo esmectite.

*Anotação em construção...

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