sexta-feira, 1 de maio de 2020

Tridimensional I - Talho Direto e Fundição



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Escultura é considerada a quarta das artes clássicas representando imagens plásticas em relevo total ou parcial.
Abrange diversas técnicas para representar ou construir um objeto como cinzelação, moldagem, fundição ou aglomeração de partículas.
Esta diversidade também  se reflete nos materiais escolhidos, que vão da suavidade da argila, madeira e cera para a rigidez dos blocos de mármore, pedras ou bronze.


The Inevitability Of Time, na Emirates Financial Towers, em Dubai

Eclética pode representar de forma tridimensional qualquer objeto,  porém seu  foco principal sempre foi a figura humana ou a representação antropomórfica de divindades.


No mundo ocidental a Grécia antiga do século X a.C foi o berço da escultura, precursora dos escultores romanos que trouxeram esta arte atravessando o apogeu na Renascença ( figura-  David de Michelangelo) , até os tempos modernos.
Nesta evolução podemos citar mestres como Donatello, Michelangelo, Benvenuto Cellini e Bernini.
À Índia são atribuídas as esculturas mais antigas do mundo, No século II a.C. desenvolveu-se uma cultura representativa da passagem de Buda na Terra.
Da China artefatos datam do século X a.C. representativos de diversas Dinastias, cada uma com características próprias.
Assim como hindus e chineses no Japão esta arte se desenvolveu associada com a cultura religiosa.
Américas nos trazem esculturas pré-colombianas, e das civilizações Maias e Astecas.
A escultura americana ganhou mais impulso  no século XVI sob influência do barroco, usando madeira,  terracota e pedra-pome. Arte influenciada  pela cultura europeia, nas Américas também se demonstrou vínculada a religiosidade. Inclusive nos artefatos desenvolvidos em madeira e argila pelos povos da Amazônia.
Na África esta arte encontrou grande representatividade  usando materiais nobres como ébano e outras madeiras. Desenvolveu-se particularmente nas máscaras e outros artefatos ligados as divindades. Da cultura Nok vem as esculturas mais antigas - 500 anos A.C.


TALHO DIRETO

Modalidade de escultura onde se ataca a matéria diretamente dispensando-se  o trabalho prévio em maquete, proporcionando contato imediato com o mármore, outras pedras ou madeira.
Apesar de muitos referirem o barro, moldável, submisso e macio como a verdadeira escultura, no talho direto se permite uma impressão vívida e direta das ideias e sensações.
Vários escultores  atravessaram a história até  a modernidade legando trabalhos magníficos: Michelangelo Buonarroti (1475-1564), Giovanni Bologna ou Giambologna (1529-1608), Gian Lorenzo Bernini (1598- 1680),  Antonio Canova (1757-1822), Henry Moore (1898-1986), Jean Arp (1886 -1966).

Joseph Bernard



Biografia

Filho de um entalhador, Joseph Bernard (1866 -1931) nasceu na cidade de Vienne, perto de Lyon, no leste da França. Estudou na École des Beaux-Arts, em Lyon, de 1881 a 1886, e na École des Beaux-Arts, em Paris, de 1887 a 1890.
Representa a arte impressionista moderna mostrando nos temas escolhidos e na postura das figuras esculpidas influência de Rodin com que teve contatos esporádicos.
O método de modelagem diferia de Rodin e demais escultores da época uma vez que esculpia diretamente no gesso sem usar um modelo de argila. Além da inovação em modelagem Joseph Bernard dispensava etapas preliminares ao esculpir peças de mármore e pedras no método conhecido como Taille Direct ou Direct Carving.
Por volta de 1905 começou a esculpir diretamente em pedra,enquanto Rodin e todos os principais escultores da época criavam originais de argila, os moldavam em gesso e os passavam para assistentes quando eram copiados em mármore ou pedra.
Bernard esculpia a pedra diretamente com um martelo e cinzéis. No início dos anos 1920, ele foi celebrado como o "pai" do movimento de escultura direta que tornou-se popular na Europa e nos EUA.
Esta abordagem original tornou-o precursor do trabalho de Brancusi e Modigliani.

Obras


De1905 a 1911 esculpiu diretamente na pedra, praticamente sozinho,  um monumento de 6 metros de altura, de Michel Servet para a cidade de Vienne em Isère, 30 km ao sul de Lyon.


Desta época são La Dance des Roses  de 1905 e Female Torso  de 1910, 
O estilo das suas esculturas é compacto, membros apertados ao corpo e cabelos enrolados e trançados.


Essa forma se estendeu às suas obras modeladas, sendo a mais famosa Jeune fille à la Cruche de 1910.


Originalmente esculpida em gesso Femme à l'enfant , de 1912, apresenta o motivo clássico de mãe e filho em uma dança suave de perfeita harmonia.
Em 1914, Bernard fez uma grande exposição individual na Galerie Les Arts, Paris, onde exibiu oitenta esculturas numa exposição que consolidou sua reputação.



La Danse  é outra obra famosa do período pré-guerra, cujo original em mármore está no Musée d'Orsay.
 De 1913 a 1918 ficou gravemente enfermo e consequentemente muitos de seus trabalhos no pós-guerra  (Primeira Grande Guerra Mundial) são variantes de modelos anteriores.
A obra de Bernard impactou profundamente a escultura europeia na década de 1920.


FUNDIÇÂO

A fundição é o processo pelo qual os metais ou ligas metálicas em estado líquido (fundido) são vazadas em um molde para a fabricação dos mais variados tipos de peças, objetos decorativos, joias/bijuterias, carcaças de máquinas, lingotes e outros. Em muitos casos, a fundição é o processo mais simples e econômico de se produzir uma peça, principalmente quando esta é de grande porte, de geometria intrincada ou com canais internos e cavidades.
Podemos citar alguns expoentes mundialmente reconhecidos como: - Benvenuto Cellini (1500- 1571);  Auguste Rodin ( 1840- 1917);  Henri Matisse (1869 -1954);  Alberto Giacometti (1901 -1966);  Constantin Brancusi (1876 -1957).
Na história da fundição no Brasil atrações históricas são peças como as em bronze de D.Pedro II aos 14 anos de idade, de autoria de Zepherin Ferrez e Sina, de Rodolfo Bernardelli, ambas do século XIX e fundidas pelo Centro Técnico em Fundição Artística do Senai.
 No Estado do Paraná  João Turin é um expoente exemplificado nas esculturas Guairacá, Marumby (onças lutando) e onça lutando com cobra. Do escultor Erbo Stenzel podemos citar  a escultura em gesso, Mulher Reclinada  e de João Paco Paraná a peça Dionysos.

Zèpherin Ferrez



Biografia  e Obras

Zèpherin Ferrez (Saint-Laurent, França 1797 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1851). Medalhista, escultor, gravador e professor.
Inicia sua formação em 1810, na cidade de Paris, onde estuda gravura e escultura com Philippe-Laurent Roland (1746 - 1816) e Pierre Nicola Beauvallet (1750 - 1818).
Vem para o Brasil com o irmão Marc Ferrez (1788 - 1850) em 1816 e, mais tarde, estabelece contato com os integrantes da Missão Artística Francesa.


Busto de D. Pedro II - Zèpherin Ferrez

No ano seguinte, realiza com Auguste Marie Taunay (1768 - 1824), Debret (1768 - 1848) e Grandjean de Montigny (1776 - 1850) os trabalhos decorativos nas ruas e praças da cidade do Rio de Janeiro para as festividades da chegada da Princesa Leopoldina (1797 - 1826).
Com Marc Ferrez, esculpe e ornamenta, em 1818, o berço oferecido a D. Pedro I (1798 - 1834) por ocasião do nascimento de sua primeira filha, a princesa Maria da Glória. Esse trabalho lhe proporciona a inclusão no quadro de pensionistas da Academia Imperial de Belas Artes - Aiba.
Em 1820, grava a medalha Senatus Fluminenses, em honra à aclamação de D. João VI, cerimônia ocorrida dois anos antes.
Em 1826, realiza com o irmão uma série de baixos-relevos e esculturas de terracota para ornamentação da fachada do prédio da Aiba, oficialmente inaugurada nesse ano. Torna-se o primeiro professor oficial da cadeira de gravura da Aiba, em 1836.

Participa da Exposição Geral de Belas Artes, em 1842, e é condecorado com a Ordem Imperial Rosa pelo trabalho Fidelidade de Amador Bueno da Ribeira.
Em 1810, Zepherin Ferrez ingressa nos cursos de gravura e escultura da École des Beaux-Arts de Paris, onde estuda com o escultor Philippe Laurent Roland (1746 - 1816) e o gravador e restaurador Pierre-Nicolas Beauvallet (1750 - 1818). Com o irmão, o escultor Marc Ferrez (1788 - 1850), vem ao Rio de Janeiro em 1817 e liga-se aos integrantes da Missão Artística Francesa. Participa dos trabalhos decorativos nas ruas e praças da cidade quando das festividades da aclamação de D. João VI e do casamento de D. Leopoldina com D. Pedro I.
Medalha comemorativa do Casamento de D. pedro II
Em 1820, Ferrez é pensionista de gravura, sendo primeiro professor de gravura de medalha da Academia Imperial de Belas Artes - Aiba. O artista executa diversos trabalhos em conjunto com seu irmão e, individualmente, realiza obras decorativas da fachada da Aiba, destacando-se os baixos-relevos Febo em seu Carro Luminoso e Gênios das Artes. No antigo pórtico da Academia, posteriormente transferido para o Jardim Botânico (onde permanece até hoje), executa também os balaústres, capitéis e as bases jônicas da entrada.

Em um dos relevos de Gênios dasArtes, o artista adorna a obra com frutas brasileiras. É um dos primeiros medalhistas do Brasil, realizando as seguintes medalhas: da Aclamação de D. João VI (1818), a primeira medalha de bronze cunhada no Rio de Janeiro (1820); da inauguração da Academia Imperial de Belas Artes (1826); da Fundação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1838) e a comemorativa do casamento de D. Pedro II com D. Teresa Cristina (1843), entre outras.


É também o autor dos primeiros botões de farda do Brasil realizados após a independência. No campo da escultura, realiza dois bustos em bronze de D. Pedro II e uma estatueta em bronze de D. Pedro I, enviada a Roma para servir de modelo para a execução de uma estátua em mármore, feita pelo escultor Francisco Benaglia.

O artista, com Marc Ferrez, é responsável pela formação da primeira geração de escultores brasileiros ligados à Aiba, sendo seus alunos Honorato Manuel de Lima (s.d. - 1863), Chaves Pinheiro (1822 - 1884) e José da Silva Santos (1800-1869).
* texto obtido em Itaú Cultural - Enciclopédia.


Referências: Enciclopédia Itau Cultural; Ribeiro, Fléxa. As Belas Artes na Exposição. V - Arte Contemporânea: Escultura. O Paiz, Rio de Janeiro, 1922;  Wikipedia; Sladmore, Biografia e Obra; Bohamns;


Tarefa 1 - Ensino a Distância
Quarentena Covid19
Professor Flavio Marinho.
Disciplina: tridimensional 1



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