Como o "nome artístico" indica CCas (Cris) é minha irmã.
É uma artista especial pela arte, e também porquê é chamada de "adulto especial" devido a uma condição neurológica.
Nasceu em sofrimento fetal, com hipóxia e isto provavelmente afetou o desenvolvimento de partes do
cérebro, embora a causa do diagnóstico não seja conclusiva.
A condição é irreversível.
Ela é diferente. Caleidoscópica. As vezes tem 3 a 4 anos , as vezes 6 a 8 ...noutras reage em plena adolescência e em raros momentos tem a beatitude dos 65 anos cronológicos.
Uma pessoa singular que se não existisse teríamos que inventar.
Minha filha costuma dizer que temos que olhar pra ela como uma criança bem grande e fofa com cara de velhinha.
É verdade.
Para proporcionar convívio constante com outras pessoas, que não a família e amigos próximos, numa tentativa de mais inclusão social, levei-a para um grupo de pintura em outubro de 2017.
Juntas iniciamos uma atividade que logo se tornou fundamental.
Sou fã da minha irmã artista.
Apesar de necessitar de algum acompanhamento, de realizar a maioria das telas sobres os temas que ela escolhe e eu desenho, ela gosta de pintar de forma independente. Sente-se segura e estimulada pelas professoras e colegas.
Costuma escolher reproduções de trabalhos garimpados na internet. Que eu seleciono e guardo numa pasta .
Noutras se baseia em revistas de pintura ou desenho.
Algumas vezes cria.
Suas pinturas sempre brilham.
Tenho algumas que pedi para guardar.
Não vendo, não dou, não troco nem empresto.
Ela doa as telas. Com prazer faz para dar de presente para a família e amigos...
Cris consegue imprimir nos seus quadros um toque muito pessoal, peculiar.
Tem estilo!
E gosta da pintura livre, de "criar".
Ama o grupo de pintura. Tem sentido muita falta na Pandemia. Sofre como todos, mas está sempre pintando.
Muito mais que eu.
Minha racionalidade provocou um travamento. A espontaneidade da sua alma infantil levou à produção.
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