Bombyx Mori é mariposa que não voa, desprovida de pigmentos.
Passa a maior parte da sua vida em metamorfoses, confinada nos pequenos habitats, naturais ou não, limitados pelas necessidades de sobrevivência e reprodução.
Acontece mais ou menos assim:
Machos e fêmeas em nichos determinados, ocasionalmente artificiais, se encontram para procriar, cada casal produzindo em torno de 400 ovos numa vida efêmera.
Destes ovos saem pequenas lagartas que passam seus dias comendo folhas de amoreira, engordando, dentro de um espaço limitado pela oferta, muitas vezes manipulado pelos humanos. Após sucessivas mudanças as lagartas inquietas levantam suas cabeças a procura de um nicho para a metamorfose final. É o sinal de que necessitam moradia fixa.
Neste momento outra intervenção do homem proporciona além do alimento uma residência. Condomínios de madeira são ofertados e as robustas lagartas, agora operárias fiandeiras, se penduram num dos "apartamentos" iniciando uma produção workaholic de casulos brancos em fios de seda. Um pouco antes do rompimento destes invólucros sedosos seu destino é selado em banhos de água quente.
Mãos habilitadas, ou máquinas, encontram a ponta do fio e desenrolam a pupa produzindo um dos materiais têxteis mais resistentes que conhecemos: - O fio de seda.
O ano 2020 esotericamente estava previsto como o ano da cura, do chacra cardíaco, da cor verde, da tripla e preocupante conjunção dos planetas Jupitr, saturno e Plutão. Também afirmaram ser o ano da borboleta...
De forma semelhante aos pequenos insetos, considerados flores aladas, atualmente passamos pelo período de engorda, posteriormente encapsulados em compasso de espera. Aguardando ansiosos o momento de acharmos nossa ponta do fio e nos libertarmos para um cotidiano igualmente morredouro, talvez com maior lapso de tempo que as efêmeras borboletas e mariposas.
A Natureza sempre segue seu curso.
Vídeo: Fio de seda do Brasil é o mais branco do mundo.
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