sexta-feira, 3 de julho de 2020

FLV - Meu nome é Elisabeth...Betty para os amigos.


Finalmente o Primeiro Ano de Artes Visuais volta ao palco!
Depois de uma semana olhando timidamente pelos bastidores reencontramos nossos professores (dois) na intimidade da sala de aula.
Virtual, mas ainda assim aula na sala.
E temos atividade. Lúdica e visual.
Uma apresentação através de imagens, colagens soltas com o objetivo de se modificarem ao fluir do tempo. Em nuances de preto e branco.
Lembrei de um auto retrato feito em óleo sobre tela.


Uma imagem de rosto, sobre textura, enquadrando alguns símbolos da linha de vida:
- Um gato, porque eu amo gatos e sempre estiveram presentes na minha vida, desde a mais remota infância. Emoldurado pela janela que abre um caminho para horizontes novos e conhecidos.
Talvez esta abertura para o mundo seja exatamente o motivo pelo qual pessoas gostem tanto de imagens de portas e janelas.
Além da abertura  janela também é recolhimento. Permite que orquestremos nossos contatos com o mundo.Portas e janelas se abrem e fecham.
O gato está lá espiando a bailarina que eu quis ser um dia. Diáfana, etérea, carregada pelas ventanias da vida  que dissolvem contornos  e encontram barreira sólida nos delineado da selva de cimento que aprendi a amar.
Street line de São Paulo, colhida de uma foto que fiz  na cidade escolhida pela filha para iniciar vida profissional; o que me levou à inúmeras visitas movidas a saudade.
Esta capital repudiada era o símbolo do desordenado frio e poluído... se tornou aconchegante.
Louça robusta, o bule de café quente, forte e doce. Ou de chá. Bebidas de família!
Entretanto não poderia simplesmente imprimir uma foto de trabalho feito, então adicionei outros elementos que representam este ano conturbado.


O caminho...com este passarinho gracioso que fotografei num dia de ventania...


As sombras na tarde de sol.
Saias voavam ao vento, mas a câmera ficou com preguiça de registrar.
Sombras tem me atraído desde o começo deste ano. O ano da borboleta. Uma ironia.
Um ano de liberdades que nos fechou em sombras.


Além das sombras os pavimentos ...já perceberam como são bonitos? Necessitamos olhar para o céu, com frequência, mas este ano a mãe Natureza nos ensinou a baixar o olhar...humildemente.


O tratado foi uma composição em B&W, mas o dono da copiadora não entende destas sutilezas, ainda mais com encomendas pelo WhatsApp...e veio  tudo em preto e branco azulado.
Pandemia, pandemônio e o exercício da paciência!
Não é tempo de reclamar, pois  todos os sapatos apertam, todos os calos doem.


E a composição deu o primeiro vagido.
Estão lá o auto-retrato, as sombras da clausura, o redemoinho das folhas do outono que iniciou, as duas primeiras fotos como aluna da FAP.
E o covid19, tentando engolir tudo.
Tentando....
Só que não...enclausurados, confinados, mas não contidos.



Comecei a escrita embalada pelo Gothan Project, hoje  sugerido pelo amigo Avila (grande artista) na página do facebook,  e acabei me encantando, na sequência,  com: Passion Tango - Roxane.
Tango é fundo musical perfeito para navegar na arte!

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