terça-feira, 28 de julho de 2020

Arte Negando Arte

Gustav Klimt

Modernismo! Palavra que por si representa renovação e aflorar de novos tempos. Lufadas de vivacidade.
Exatamente o que aconteceu no século XIX como expressão de um movimento cultural abrangendo estilos e variadas formas de arte: literatura, arquitetura, design, pintura, escultura, teatro e música entre outras.
Nas artes plásticas podemos afirmar que contemporâneo era romper com os padrões estéticos e técnicas preconizados pelas Academias,  baseados nas antigas obras dos grandes mestres.

Candido Portinari

Várias, e magníficas, escolas surgiram  impactando artistas contemporâneos. Estes, valorosos  contestadores  seguiam os caminhos tradicionais de estudo para refutá-los. Entretanto  mantinham  reverência aos que sempre foram ícones de arte.
História humana, cíclica por natureza, sempre se repete. Nos erros, quiçá nos acertos, e também na saturação.
Anteriormente academias tradicionais rejeitavam  expressões artísticas modernistas, apegadas ao tradicional.  Atualmente  no staf  artístico encontra-se enraizado este culto pela "não arte".
Diverge o foco e mantém-se o princípio.
O homem tem dificuldade para aceitar o que não está estabelecido ao seu redor, e resiste à mudança de paradigmas convencionados.


Quando atinge o fundo de uma cisterna  tem dificuldade em voltar os olhos para a luz. Um arremedo interpretativo da fábula dos "três macacos sábios"
Desconstruir parâmetros e paradigmas é o novo clássico, a rotina e escolas pré modernistas se tornaram párias.
Eurocentrismo é sinônimo de arte parasita, sugadora das primitivas e folclóricas, como a africana ou aborígene, sublimando artes de pequenos grupos.
Ignorando que somos um  só corpo onde culturas se entrelaçam e se alimentam umas das outras.


Rastilho de pólvora a se alastrar nas confrarias de pares simbióticos para neutralizar  a grandeza de algumas expressões artísticas, empenhados em validar a "não arte".
Uma tendência negacionista e discriminatória se estabeleceu no planeta..
Porém, em termos de história humana, se considerarmos o atropelo do nosso século, este afluente do precursor modernismo cresce em viés decrépito.  Uma tendência quase arcaica.

Qiu-Shengxian

Contemporâneo do vigente  é renascer se debruçando sobre  técnica, forma, cor  e  maestria. Como no passado longínquo, porque é antagônico ao que era novo um ou dois séculos atrás..
Afinal  o homem é naturalmente um antagonista.

Simone Campos

Ressurge o antigo em pequenas doses;  afirma-se a admiração pela beleza, equilíbrio e harmonia, mesmo na desconstrução.
Moderniza-se o "Modernismo" quando lapidados os excessos.
A febre da novidade dos  séculos adjacentes, revelou descompassos. Super aqueceu e convulsionou.  Caiu no cotidiano, na réplica da réplica, na mesmice de crias menos talentosas.
Algumas vertentes do modernismo envelhecem e amargam.

domingo, 26 de julho de 2020

Epistemologia Genética - Jean Piaget


"A Epistemologia Genética é a teoria desenvolvida por Jean Piaget, e consiste numa síntese das teorias então existentes, o apriorismo e o empirismo. ... Para Piaget, o conhecimento é gerado através de uma interação do sujeito com seu meio, a partir de estruturas existentes no sujeito."

A Epistemologia Genética de Jean Piaget - Gelson Luiz Daldegan de Pádua

Revista FACEV - 1º Semestre 2009 - número 2 - páginas 22 a 35

APRIORISMO

Substantivo masculino - filosofia

1. Doutrina (de tendência racionalista, criticista ou fenomenológica) que atribui um papel fundamental a conceitos e raciocínios a priori.
2. Convicção intelectual a respeito da existência de conhecimentos, princípios, ideias etc. de natureza a priori.

EMPIRISMO

Substantivo masculino - filosofia

1. Doutrina segundo a qual todo conhecimento provém unicamente da experiência, limitando-se ao que pode ser captado do mundo externo, pelos sentidos, ou do mundo subjetivo, pela introspecção, sendo descartadas as verdades reveladas e transcendentes do misticismo, ou apriorísticas e inatas do racionalismo.
2. Atitude de quem se atém a conhecimentos práticos -medicina que se orienta pela experiência, com desprezo por qualquer metodologia científica.
3. Por extensão pejorativo- CHARLATANICE.


TEXTO

RESENHA 

APRESENTAÇÂO DE SLIDES


História da Arte I - Arte e Não Arte



“A ciência descreve as coisas como são; a arte, como são sentidas, como se sente que são.”
Fernando Pessoa

Sou cria da ciência e apesar disto amante da literatura e aprendiz de arte, logo Fernando Pessoa tem para mim um apelo irresistível que inclui a concordância com suas palavras.
Entretanto...não interpreto esta afirmativa como permissividade para qualquer forma de expressão.
Assim como na ciência existe material e método para retratar as coisas como são, na arte há de se ter algum norte ao expressar como sentimos que são.
Podemos expressar beleza e fealdade das nossas almas, corações ou consciência de forma artística ou não.
É possível jogar na face do mundo nossa aceitação, revolta, solidariedade, desprezo, amor ou ódio com arte e sem arte.
Apesar de existir grande e redundante polêmica sobre a definição de arte, para que ela se afirme como tal é necessário que esteja cercada de alguma aura. Do toque mágico que nos faz parar , observar e reagir frente ao que é expressado e pela forma que o faz.
Arte tem magia e reverência. Maestria. Da mais singela, pura e primitiva até a mais sofisticada.
Possui estilo, coerência, sequência e voz que excede o comum.
Quando nos deparamos apenas com um recado destinado a direcionar corações e mentes em diferentes doutrinas filosóficas, políticas e religiosas estamos falando de Ciências Sociais, Políticas ou Teologias.
Muitas vezes estes ramos do conhecimento humano se apropriam de um instrumento artístico para serem ouvidos. Algumas vezes fazendo arte  e outras negando arte.
A Não Arte é exatamente o que diz: Uso da linguagem artística, desprovida de valor artístico.
E aí entramos em outro conflito da modernidade: Valor da arte.
Possivelmente estes conceitos nunca alcançarão um consenso entre os gregos e troianos, estendidos por mais alguns séculos, com artistas, críticos e apreciadores muito preocupados em modernizar paradigmas,  negando os anteriores.
Talvez neste ciclo infindo voltemos ao encontro dos grandes mestres, do classicismo de proporções áureas, ao número de ouro da arte.

Tridimensional I - Modelagem em Argila


MODELAGEM EM ARGILA: PRINCIPAIS TÉCNICAS

Modelagem com Rolinhos


Colagem com Utilização de Barbotina


Modelagem Usando Placas


Modelagem Direta: Exemplo de mão modelada em arame


Modelagem Direta: Ocagem de uma peça maciça modelada de forma direta.

Vídeo 1


Vídeo 2


RELATÓRIO

- Escolher uma das técnicas apresentadas para fazer descrição.
  Entrega para flaviomarinhomoodle@gmail até 15 de agosto.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Tintas Naturais I - Laboratório de Materiais.


Não tem nada melhor em arte que tarefas práticas.
Eis a primeira da professora Mauren Teuber atual coordenadora do curso de Artes Visuais e professora na disciplina Laboratório de materiais.

 "Algumas orientações sobre a solicitações de hoje: - faça em uma folha de papel um mostruário de cores extraídas no processo de fricção a partir de frutas, hortaliças, verduras, folhas, flores que tiver ao seu redor.
- anote a data, o tipo de processo (fricção) e a partir do que foi feito, como, por exemplo, se usei amora, escreverei amora ao lado da mancha que obtive ao esfregar a amora no papel.
- guarde seu mostruário. Faremos 5 folhas de mostruário com os demais processos de extração (que serão solicitados nas próximas aulas) e, ao final, faremos um Caderno com essas folhas.
- o Caderno será finalizado na primeira semana de Agosto.

O embasamento teórico está nestas fichas:





Os vegetais oxidam com facilidade mudando a cor, principalmente quando expostos a luz.


Um exemplo é o cozimento de beterraba.


Por exemplo: casca de cebola


Vegetais como urucum, açafrão e cúrcuma são bons exemplos.


Ilustrado com jenipapo.


Por exemplo: repolho roxo


Elementos minerais presentes nas terras e rochas tem muita utilidade como fonte de pigmentos naturais.
Seleção: Procura-se por terras que quando friccionadas deixem alguma cor nas mãos.
Moagem: No processo manual feita com pilão.
Peneiração ou tamização: Utilizamos peneiras para separar pó fino dos grânulos maiores.
Decantação: após prévia diluição com água, no dobro do volume, a mistura é deixada em repouso durante 24h. As partículas contaminantes, muito finas, que estão boiando são retiradas com uma seringa.
Secagem: utiliza-se uma boneca de algodão para secar a terra lavada. Deve permanecer pendurada durante mais ou menos 24horas.

A Bibliografia indicada é:

Tintas Naturais - Uma Alternativa A Pintura Artística - 1998 







 E o texto: O Que é Tinta

PESQUISAS COMPLEMENTARES

Fazendo Tinta

Material

Folhas, flores e frutos forrageados

Água

Sal

vinagre branco

Goma arábica (disponível em lojas de arte)

Planta colorida

Óleo de cravo-da-índia , cravo inteiro ou wintergreen

Panela velha (o aço inoxidável funciona melhor)

Luvas de borracha

Trapos

Filtro de café

Funil

Frasco de vidro de boca larga

Garrafas de vidro com tampas

Procedimento 1

1- Reúna seus materiais, muitos dos quais podem ser encontrados em casa ou fora do quintal.

2 - Em uma panela velha, adicione folhas, flores ou frutos, água, sal (1 pitada por xícara) e vinagre branco (1 colher de chá por xícara). Cozinhe em fogo baixo.

3- Cozinhe por pelo menos uma hora ou até a água adquirir uma cor profunda e rica. Use uma tira de papel para testar sua cor.

4 - Coloque um filtro de café dentro de um funil, depois o funil dentro de uma jarra de vidro de boca larga. Despeje a água lentamente no topo para filtrar a tinta.

5 - Em uma garrafa de vidro, adicione goma arábica (uma parte para 10 partes de tinta) e um cravo-da-índia inteiro ou uma gota de wintergreen  (como conservante).Despeje a tinta na garrafa, deixando algum espaço na parte superior.Feche com uma tampa bem apertada

6-Nomeie e identifique sua tinta. Use em seus trabalhos de arte.

Obs: Use garrafa escura, verde, marrom ou azul e rotule. A luz degrada os pigmentos


1- Caroço de abacate
2- Chá de roiboos- (Aspalathus linearis)
3 - Noz
4 - Butea ou flame-of-the-forest, ou bastard teak 
5 - Casca de cebola roxa.
6 - Flores de calêndula.


Flame of the Forest, Bueta ou Palash (em hindu) é uma árvore comum na Ásia. Os hindus costumam usar suas flores para fazer tinta amarelo-alaranjada para o festival Holi. Este pigmento se combina bem com outros.
para obter a tinta basta ferver com água e uma pitada de bicarbonato de sódio. Após o resfriamento pode-se usar um pouco de álcool ou vinagre+sal como conservante


Alcoolato de caroço de abacate fornece uma tinta avermelhada, não duradoura. Também é excelente analgésico e anti-inflamatório de uso tópico. Fotossensível, Guardar em garrafa escura.


Com 1 colher de chá de chá Rooibos (a granel) e aproximadamente 15 ml de água fervente por 20 minutos ou mais se consegue uma infusão. No chá filtrado adicione uma pitada de bicarbonato de sódio e deixe ferver por alguns minutos. Para engrossar adicione um pouco de goma arábica em pó ou líquida. Para manter essa tinta por muito tempo, adicione 1/2 colher de chá de vinagre e uma pitada de sal como conservante (opcional).


Casca de cebola fornece pigmentos muito ricos.

Durabilidade das Tintas

- Muitos pigmentos tem vida efêmera. Para prolongá-los podemos usar algumas substâncias. os mordentes.


Gauteria ou wintergreen

- Alguns corantes naturais, incluindo nozes pretas, casca de cebola, chá ou açafrão, são chamados substantivos, o que significa que eles não precisam de um mordente para se ligar às fibras, resistir a lavagens ou ação rápida da luz.Muitas plantas necessitam.
- Mordentes são geralmente taninos ou sais minerais. Os mordentes mais comuns e mais seguros são alúmen e ferro. O ferro pode ser obtido fervendo o corante em uma frigideira ou adicionando um pedaço de ferro enferrujado à panela. O carbonato de sódio também é conhecido como refrigerante. É um mordente alcalino e trará cores diferentes do material vegetal.
- Goma arábica: É usada para engrossar o líquido. Ajuda a tinta a fluir para o papel de maneira controlada e vincula a tinta ao papel. Também ajudará a preservar a cor.
- Óleos como de tomilho, cravo da índia, alecrim  e wintergreen (evergreen ou sempre-vivas) são usados para evitar o mofo. Gautéria (Gaultheria procumbens do Hemisfério Norte é um bom exemplo de evergreen.

 Procedimento 2

- Cozinhe 1 xícara de material vegetal fresco ou 1/2 xícara com 1 xícara de água e um mordente (se necessário) por 20 a 30 minutos.
- Estirpe o material vegetal. Você deve ter cerca de 3-4 onças de líquido.
- Misture 1/2 colher de chá de goma arábica enquanto a tinta ainda estiver quente, para que ela se dissolva facilmente e deixe esfriar.
- Despeje a tinta resfriada em um pequeno frasco e adicione 3 gotas de óleo essencial de tomilho. A tinta está pronta para ser usada para escrever ou desenhar.

Receitas Variadas 



Coreopsis (Coreopsis tinctoria)

1/2 xícara de flores secas de coreopsis (coreopsis tinctoria)
1 xícara de água 1 colher de chá de alume
1/2 colher de chá de goma arábica( em pó).
3 gotas de óleo essencial de tomilho

Cozinhe as flores secas com a água e o alumen por 20 minutos. Coe as flores. Você deve ter cerca de 100ml de líquido. Bata com goma arábica até que ela se dissolva. Deixe esfriar e despeje em uma pequena garrafa. Adicione 3 gotas de óleo de tomilho e agite algumas vezes para misturar. A coloração vermelha e amarela das pétalas de flores produz corante alaranjado.

Caroço de Abacate 

2  caroços de abacate frescos, picados em pedaços pequenos
1 xícara de água
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
1/2 colher de chá de goma arábica
3 gotas de óleo essencial de tomilho

Cozinhe os caroços de abacate e a soda na água por 20 minutos. Bata o concentrado com goma arábica.  Deixe esfriar e despeje em uma pequena garrafa. Adicione o óleo de tomilho e agite para misturar.
A tinta vermelha de caroço de abacate muda de tonalidade com a adição de alcalinos.

Tinta preta de framboesa

1 xícara de framboesas pretas frescas
1/2 xícara de água
1 colher de chá. alúmen
1/2 colher de chá de goma arábica
3 gotas de óleo essencial de tomilho

Cozinhe as framboesas com água e alumen por 15 minutos, esmagando as frutas para liberar o suco. Coe as bagas e bata com goma arábica até dissolver. Deixe esfriar e despeje em uma pequena garrafa. Adicione 3 gotas de óleo de tomilho e agite para combinar.

Tinta de chá preto

1/2 xícara de folhas de chá
1 xícara de água
1/2 colher de chá de goma arábica
3 gotas de óleo essencial de tomilho

Ferva as folhas de chá e a água por 15 minutos. Coe as folhas de chá e bata com goma arábica. Deixe esfriar e despeje em uma pequena garrafa. Adicione o óleo de tomilho e agite para combinar.

Tinta preta da noz 

1/2 xícara de cascas de nozes secas
1 xícara de água
1/2 colher de chá de goma arábica
3 gotas de óleo essencial de tomilho

Ferva os cascos de nozes com água por 30 minutos. Coe os cascos e bata com goma arábica Deixe esfriar e despeje em uma pequena garrafa. Adicione o óleo essencial de tomilho e agite para combinar.


Shiso ou shissô vermelho produz tinta vermelha que com o passar do tempo fica azulada.

Várias flores produzem pigmentos. Dalias, rosas, calêndulas, budleisa...Algumas mudam de cor dependendo do pH da água.
- Dálias roxas podem produzir tinta verde.
- Das calêndulas obtemos verdes e amarelos.
- Rosas são ricas em taninos e junto ao ferro fornecem preto. Também oferecem amarelos ( com acetato de aluminio), verdes (com ácidos leves) e rosados.


- Budleias podem tingir tecidos diretamente das flores. Todas produzem amarelo brilhante com mordente a base de alumínio.


SUGESTÕES  BIBLIOGRÁFICAS

A Forager's Guide to Natural Inkmaking (English Edition) eBook Kindle


La magia de los tintes naturales: 10 ideas creativas y ecológicas para regalar (Spanish Edition) [Print Replica] eBook Kindle


Botanical Inks (English Edition) eBook Kind

The Organic Painter:Learn to paint with tea, coffee, embroidery, flame, and more; Explore Unusual Materials and Playful Techniques to Expand your Creative Practice (English Edition) eBook Kindle

Materiais Acessórios

Gel de Linhaça ou gel de Chia

sexta-feira, 3 de julho de 2020

La Gloria - Gothan Project

Só porque  está frio, é sexta a noite, porque é lindo, e é pandemia...




FLV - Meu nome é Elisabeth...Betty para os amigos.


Finalmente o Primeiro Ano de Artes Visuais volta ao palco!
Depois de uma semana olhando timidamente pelos bastidores reencontramos nossos professores (dois) na intimidade da sala de aula.
Virtual, mas ainda assim aula na sala.
E temos atividade. Lúdica e visual.
Uma apresentação através de imagens, colagens soltas com o objetivo de se modificarem ao fluir do tempo. Em nuances de preto e branco.
Lembrei de um auto retrato feito em óleo sobre tela.


Uma imagem de rosto, sobre textura, enquadrando alguns símbolos da linha de vida:
- Um gato, porque eu amo gatos e sempre estiveram presentes na minha vida, desde a mais remota infância. Emoldurado pela janela que abre um caminho para horizontes novos e conhecidos.
Talvez esta abertura para o mundo seja exatamente o motivo pelo qual pessoas gostem tanto de imagens de portas e janelas.
Além da abertura  janela também é recolhimento. Permite que orquestremos nossos contatos com o mundo.Portas e janelas se abrem e fecham.
O gato está lá espiando a bailarina que eu quis ser um dia. Diáfana, etérea, carregada pelas ventanias da vida  que dissolvem contornos  e encontram barreira sólida nos delineado da selva de cimento que aprendi a amar.
Street line de São Paulo, colhida de uma foto que fiz  na cidade escolhida pela filha para iniciar vida profissional; o que me levou à inúmeras visitas movidas a saudade.
Esta capital repudiada era o símbolo do desordenado frio e poluído... se tornou aconchegante.
Louça robusta, o bule de café quente, forte e doce. Ou de chá. Bebidas de família!
Entretanto não poderia simplesmente imprimir uma foto de trabalho feito, então adicionei outros elementos que representam este ano conturbado.


O caminho...com este passarinho gracioso que fotografei num dia de ventania...


As sombras na tarde de sol.
Saias voavam ao vento, mas a câmera ficou com preguiça de registrar.
Sombras tem me atraído desde o começo deste ano. O ano da borboleta. Uma ironia.
Um ano de liberdades que nos fechou em sombras.


Além das sombras os pavimentos ...já perceberam como são bonitos? Necessitamos olhar para o céu, com frequência, mas este ano a mãe Natureza nos ensinou a baixar o olhar...humildemente.


O tratado foi uma composição em B&W, mas o dono da copiadora não entende destas sutilezas, ainda mais com encomendas pelo WhatsApp...e veio  tudo em preto e branco azulado.
Pandemia, pandemônio e o exercício da paciência!
Não é tempo de reclamar, pois  todos os sapatos apertam, todos os calos doem.


E a composição deu o primeiro vagido.
Estão lá o auto-retrato, as sombras da clausura, o redemoinho das folhas do outono que iniciou, as duas primeiras fotos como aluna da FAP.
E o covid19, tentando engolir tudo.
Tentando....
Só que não...enclausurados, confinados, mas não contidos.



Comecei a escrita embalada pelo Gothan Project, hoje  sugerido pelo amigo Avila (grande artista) na página do facebook,  e acabei me encantando, na sequência,  com: Passion Tango - Roxane.
Tango é fundo musical perfeito para navegar na arte!