segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Richard Serra - Lista de Verbos

 


 Richard Serra by Oliver Mark, Siegen 2005
 

..."Tentei escrever um poema sem verbos, mas acabei escrevendo na maioria verbos que soam divertidos e nada mais. Eles estavam simplesmente pulando da minha cabeça. Eu estava inconsciente - eu queria sair do fluxo reconfortante para o desconhecido - eu queria fazer outra coisa. E então eu estava acumulando verbos cada vez mais bizarros em uma espiral giratória de ludicidade. E então pensei que, depois de um exercício de vocabulário tão elaborado, seria muito útil tentar escrever um poema sem verbos... 

E então acabei olhando para a folha em branco por algum tempo, porque não queria escrever um poema sem verbos naquele momento específico. Não importa o quanto eu tentei fingir que canalizava Ezra Pound - eu simplesmente não conseguia passar por outro verbo saboroso sem levá-lo comigo antes que ele desaparecesse em minha cabeça. Acho que é um problema com o qual ninguém se preocupa - você não pode escapar do uso de verbos. Pelo menos por longos períodos de tempo...

Por que se preocupar em mexer com os verbos? Os verbos simplesmente transmitem ações, ocorrências e estados de ser. Como quaisquer outras palavras, elas trazem algo para a mesa - elas transformam o texto. Você pode pensar sobre eles, interpretar, colocar em cena ou fora dele - da maneira que quiser. E isso lembrou algo..."

 

 LISTA DE VERBOS 

rolar    dobrar    amassar    dividir    remover    abrir    derramar    levantar   inundar    apoiar    pendurar

empacotar   organizar    distribuir    cercar    embrulhar    tecer    ligar    diluir    esticar    sistematizar 

vincar   encurtar   raspar    cortar    simplificar    misturar    inclinar    manchar    engatar    coletar 

empilhar    reparar    saciar    cercar    cavar    juntar    tocar    acender    pular    referir   arquivar   

torcer    rasgar    cortar   diferir    espirrar    fluir    impressionar    girar    suspender    alcançar    

descartar    reunir    elogiar    furar    amarrar    combinar    modular    apagar    forçar    armazenar 

manchar    derrubar    desorganizar    enlaçar    curvar     disparar    rodar    espalhar    apertar    espalhar

emparelhar    incluir    cobrir    ligar    laminar    expandir    destilar    pulverizar    continuar 

 

"Aqui está uma lista de verbos intitulada "Compilação da lista de verbos: ações relacionadas a si mesmo". Foi escrito por volta de 1967-68 pelo artista conceitual americano Richard Serra. É um manual de instruções disfarçado de obra de arte. A lista é composta por verbos no infinitivo. É uma bela compilação de vários verbos que você pode aplicar a você mesmo ou a qualquer outra coisa e transformá-la em uma peça de performance empírica. 

 Apesar de sua ambiguidade - todos os verbos se relacionam mais ou menos com as ações geralmente aplicadas durante um processo artístico - como cortar, misturar, esticar, arranjar, cobrir, expandir, continuar, etc. Mas eles são tirados do contexto e reunidos aparentemente ao acaso. Todos os verbos da lista descrevem os processos de dar ou mudar a forma de algo. A lista trata principalmente de questões como "O que você está fazendo?" e "O que você pode fazer?". A coisa toda vem de observações que Richard Serra fez enquanto trabalhava em seu estúdio. Ele simplesmente documentou o que estava fazendo passo a passo. Ele verbalizou a maneira como lidava com os materiais e como compreendia a própria natureza do processo artístico. 

Originalmente, a lista era simplesmente uma nota escrita à mão - algo que lembra os exercícios de expansão do dicionário escolar. Mais tarde, porém, gerou várias peças derivadas, como "Splashing" ou "Scraping Hands". Mostra a potência de tirar as palavras das ações e transformá-las novamente em ações. E é isso que a torna tão poderosa. 

"Lista de Verbos" excede seu propósito principal. 

Como lista, é maior do que a soma das partes que representa. É um instantâneo caleidoscópico da mente de um artista no modo de autorreflexão. Mas está distanciado do ponto de vista do artista para a pura abstração. É uma seleção de palavras destinadas a transmitir certas coisas despojadas de sua função original. Na lista - as palavras estão livres de seus papéis habituais. Eles simplesmente estão lá. É a mente que os coloca aqui ou ali, dependendo do contexto escolhido. Dessa forma - as palavras da lista são como moscas presas na fita pegajosa da mosca, forçadas a se enredar e enrolar em casulos improvisados ​​para se transformar em mariposas que inevitavelmente serão atraídas pelo fogo da mente. 

A lista é incrivelmente flexível. Você pode dobrá-la da maneira que quiser e ainda assim estará dentro de seus limites. Pode servir como instruções diretas ou apenas algumas dicas grosseiras, ou você pode simplesmente apreciar a forma como as palavras soam juntas. 

Você pode fazer sua própria lista, reorganizar a sequência existente, encontrar algumas relações obscuras e construir algumas imagens ou mesmo narrativas a partir delas, você pode até embaralhar a maneira como as palavras são escritas. 

Finalmente - você pode colocá-lo na rotina N + 7 OuLiPo e obter um conjunto inteiramente novo de verbos."

OuLiPo (Ouvroir de Littérature Potentielle, algo como oficina de literatura potencial) é uma corrente literária formada por escritores e matemáticos que propõe a libertação da literatura, aparentemente de maneira paradoxal, através de constrangimentos literários


LISTA DE VERBOS - BCAS - ElisaBeth CASagrande CAStro


divagar    lembrar   memorizar   imaginar   procurar   reproduzir   produzir   desenhar   

escolher   interagir   indagar   tintar   preparar    misturar   sobrepor   pincelar   raspar  

mudar   repensar   solucionar   reconsiderar   alimentar   distribuir    colorir   sombrear   

iluminar  derreter    revelar   sublinhar   esconder   obliterar   tecer   rever  observar   

consertar    olhar   ouvir   processar   fluir   emocionar   embaralhar   enovelar   esperar   

superar    harmonizar   contrastar    vibrar    suavizar    espelhar     enlaçar   detalhar   

dividir   descobrir    recomeçar    apagar   finalizar   guardar   pendurar   mostrar


Tridimensional - Arte no Espaço da Casa

 KURT SCHWITTERS

Associado ao movimento Dada, o pintor, poeta e artista de mídia mista Kurt Schwitters é mais conhecido por seus trabalhos de colagem e montagem, nos quais transformou imagens e textos apropriados da mídia impressa em composições dinâmicas e em camadas. 

Schwitters estudou na Academia de Arte de Dresden com Otto Dix e George Grosz e, depois de expor em Berlim em 1918, foi apresentado aos dadaístas Raoul Hausmann, Hannah Höch e Jean Arp. Foi nessa época que ele começou a fazer montagens com materiais encontrados descartados nas ruas de sua cidade natal, Hannover, com a intenção de refletir o estado em ruínas da cultura alemã; ele chamou as obras de Merzbilder após a palavra alemã “Kommerz”, como em Merzbild 1A. O médico mental (1919). 

Ao contrário dos dadaístas de Berlim, no entanto, a principal preocupação de Schwitters era a produção de arte, não o ativismo político, e ele é mais lembrado por seu uso inovador de mídia mista e senso magistral de composição

Ohne Titel (Merzbild Mit Schuhsohle)/Untitled (Merz Picture with Shoe Sole), 1945 Oil and relief assemblage on plywood - 21 1/4 × 17 3/4 in 54 × 45.1 cm

 

Hindenburg-Merzzeichnung, 157, 1920 Mixed media collage 7 1/4 × 6 in 18.4 × 15.2 cm

 

 

Merzbild 1A. The mental doctor., 1919 Mixed Media

 

YAYOI KUSAMA


 

 

 

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Desenhando Sombras

 


Atividade 1 ping pong 30/11

 - Ver e desenhar através do vidro 

Esta proposta reúne as experimentações da #Conversa atelier 3 e 4 - Entre janelas: o que vemos e o que nos vê, e o ping pong de 30/11. 

Através de um vidro plano, que pode ser o vidro de uma janela ou de um porta-retratos de casa, estique um plástico transparente e registre as imagens que você vê através dele: fechando um dos olhos, ou colocando um visor, use canetas marcadoras permanentes, variando cores, espessuras. 

Você pode explorar seu espaço afetivo, pode explorar objetos afetivos, e ainda a paisagem externa, através das janelas de casa. 

Explore ainda texturas, hachuras e espessuras de linha para enfatizar os planos, a profundidade. Explore o potencial expressivo da proposta...

 Ao final, coloque um papel de fundo e fotografe, postando no classroom. 

 Resultado: Gostei tanto da imagem que percebi na parede, com inúmeras camadas de sombras em diferentes tonalidades ,que vi uma bela escala de valores.  Co a cor dessaturada se emergiu "uma sombra com destino incerto" pois não sei ao certo o que farei com ela. Certamente passará pelo desenho sombreado a lápis, a guache ou a óleo. 

Ainda estou na fase de apreciação da sombra.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Escala de Valores II


Tarefa:

Segundo orientação do professor Wagner Jonasson a representação de figuras geométricas deveria ser feita com a escala de valores do branco ao preto conforme ensinado na  Escala de Valores.

Os desenhos abaixo foram propostos, porém com a liberdade de escolha própria de outras imagens geométricas. 

Também foi sugerido que a pintura fosse realizada com guache e que se desenhasse ca mão livre , sem auxílio de instrumentos.


 



terça-feira, 1 de dezembro de 2020

O Dilúvio - Leonardo da Vinci



O Dilúvio Nosso da Cada Dia

 Trevas e obscuridade, informações excessivas tendenciosas, enganadoras e abusivas,  multicidade em overdose,  massificação, rotatividade, estímulos sensitivos descartáveis.

Ventos vertiginosos da dualidade, oposição, intolerância, preconceitos inéditos e múltiplos, antagonismo, depredação, violência.

Ramos lacerados pelos políticos, implacáveis, impiedosos, ardilosos em apropriação, dilapidação,  ladroagem

Naves rotas com aparente  brilho, pompa e conforto, repletas de sujidades e malícia, de rancores cultivados, estimulados por motivos vis.

Rebanhos racionais e irracionais, conduzidos, sacrificados, entorpecidos, dizimados.

Gente que se agarra à ilusões, promessas vãs entregando sua essência, seu discernimento e integridade  em prol da resposta rápida, do lucro fácil, da vida cômoda , do óculos grátis, do benefício gratuito. Acreditando ser preferível a outros,  e que  o mundo gravita ao redor do seu ponto cego, da sua exatidão incoerente.

 

Obs:  Para a  releitura  dos esboços sobre "Dilúvio" de Leonardo da Vinci procurei inspiração na xilogravura do mestre japonês Hokusai, "A Grande Onda de Kanagawa.

 

Disciplina: História das Artes Visuais I 

Professora: Claudia Priori


1 - Atividade de criação 

Como você imagina a cena retratada abaixo? 

Quais dilúvios inundam sua vida hoje? 

Quais elementos atingem a vida de mulheres, homens, crianças e animais nos dias atuais?

 Que tragédias, que realidades sociais, que caminhos, que percursos, nossas vidas se deparam todos os dias? 

Que sentimentos temos ao vivenciar tudo isso? 

Essas e outras questões podem ser aspectos e elementos que você pode trazer para seu desenho, pintura, etc... imagine e crie!

Divisões para o dilúvio 

Trevas, vento, fortuna de mar, dilúvio de água, selvas afogadas, chuvas, setas do céu, terremotos e ruína de montes, alagamento de cidades. 

Ventos vertiginosos trazendo água, ramos de plantas e homens [e mulheres] pelo ar. 

Ramos lacerados pelos ventos, misturados com o curso dos ventos, carregados de gente. Plantas rotas, carregadas de gente. 

Naves rotas em pedaços, batidas em escolhos.

 Rebanhos, geada, raios, ventos vertiginosos. 

Gente que se agarra a plantas que não possam sustentar-se, árvores e escolhos, torres, colinas apinhadas, mesas, masseiras, instrumentos de nado, colinas cobertas de homens e mulheres e animais, e setas que das nuvens alumiem as coisas. 

(Fragmento de Leonardo da Vinci, quadro que não pintou, mas esboçou, fez estudos).

Importante: Utilize os materiais que você tiver acesso. Crie! Registre e poste no Classroom de História das Artes Visuais I – noite, até dia 05 de dezembro de 2020. E junto com o registro, poste um breve texto de um ou dois parágrafos explicando suas intenções e expressões realizadas na atividade.

 


Leonardo da Vinci -  Dilúvio

Homem de múltiplos talentos Leonardo di Ser Piero “da Vinci”  mergulhou no estudo da medicina, engenharia, arquitetura e física. Era pintor, desenhista, escultor, arquiteto e engenheiro, escrevia poesia e contos. 

Seus cadernos revelam que ele estava séculos à frente de seu tempo em mecânica e física, fortificações, pontes, armas e desvios de rios para inundar o inimigo, o que ajudou as cidades-estado italianas em suas muitas guerras. 

 Leonardo foi um dos primeiros evolucionistas em relação aos fósseis. Por meio de suas observações cuidadosas, ele notou que "se as conchas tivessem sido carregadas pelo dilúvio lamacento, elas teriam sido misturadas e separadas umas das outras no meio da lama, e não em passos e camadas regulares - como os vemos agora em nosso tempo". Concluiu que o que agora é terra seca, onde esses fósseis aquáticos foram encontrados, deve ter sido coberto pela água do mar. 

Nascido em 15 de abril de 1452, na Vila de Vinci, na Toscana, Itália, era filho da camponesa Caterina Lippi e do tabelião Piero da Vinci. 

Seus pais não eram casados, e ele acabou sendo educado por parentes próximos, como sua madrasta e avó, pois a mãe entregou a guarda ao pai quando o artista tinha apenas 5 anos de idade. 

Leonardo da Vinci passou a juventude na cidade de Florença, num período de grande excitação artística e cultural. Posteriormente, ainda viveu em Milão, Roma e, por último, na França. 

Contemporâneo e grande rival de Michelangelo, ambos contribuíram grandemente

 Leonardo da Vinci morreu no leito em 2 de maio de 1519, poucas semanas após seu 67º aniversário.


Na comemoração do 500º aniversário da morte deste gênio do renascimento  aconteceram muitas inspiradas nas suas obras, incluindo o "Dilúvio".

No texto curto e intenso e nos desenhos  Leonardo aborda o tema da água, sua violência e determinação, 

Formula o questionamento e descrição do que a água determina, mas ao mesmo tempo coloca outro problema: "pensar na água como um personagem que tenta justificar seus atos. dizendo que na sua natureza é pacífico, calmo, como acontece quando os rios ficam livres, sem margens, mas que, ao mesmo tempo, se forçados pelas próprias margens, transbordam, sem poder controlar a sua força ”.

 Numa instalação feita na Itália usando o tema Dilúvio e sua conotação com a água os conceitos são transpostos para a nossa realidade, mostrando que a visão humana da sociedade permanece a mesma , com problemas semelhantes embora as tintas sejam um pouco diferentes:

-"A água, mãe delicada e destruidora violenta, reflete hoje mais do que nunca a condição que une o homem à natureza. Uma natureza, como já profetizou Leonardo, que não resiste ao poder sublime da massa de água que, numa realidade cada vez mais feita pelo homem, se vê obrigada na vida quotidiana a assumir e a preencher novas e variadas formas. Explorada e aprisionada, ela está pronta para se rebelar e explodir, sem vontade divina, vestindo tudo consigo mesma. O que pode o ser humano e toda a terra contra o dilúvio e a tempestade? O que pode o ser humano contra a imensa força da água, elemento capaz de perpetuar a vida e arrancá-la no curto espaço de tempo de um abraço destrutivo? É assim que nasce o desejo de mostrar a natureza mutável da água, companheira eterna do nosso cosmos, indissoluvelmente ligada à nossa existência, dos pensamentos ancestrais e dos sábios desenhos do gênio da Vinci.".

 Considerado um dos maiores expoentes do Renascimento, movimento artístico, científico e cultural ocorrido na Europa entre a Idade Média e a Idade Moderna, no período compreendido entre os séculos XIV, XV e XVI, da Vinci deixou um grande legado artístico.

Inventou e modificou técnicas: 

- Aperfeiçoou o uso do sombreamento, o chamado sfumato

- Utilizou o uso da perspectiva para modelar objetos em superfícies bidimensionais e até tridimensionais. 

- Foi um dos primeiros italianos a usar a técnica de óleo sobre tela. 

Criou mais de 30 obras,várias de temas religiosos, algumas inconclusas como: “A Adoração dos Magos”, “São Jerônimo no Deserto” e a “Batalha de Anghiari”. Inúmeros desenhos, esboços e páginas de notas foram encontradas após sua morte. 

As obras mais conhecidas e admiradas são: “Anunciação”: 1475-1480 “Adoração dos Magos”: 1481 “A última ceia”: 1498 “Mona Lisa ou La Gioconda”: 1503-1505 “A Virgem e o Menino com Santa Ana”: 1510 “São João Batista”: 1514.

Referências de Pesquisa

O Dílúvio - Leonardo da Vinci

Diluvio - Impressões Artísticas

Um Dilúvio de Leonardo da Vinci 

Leonardo da Vinci 

Performance do Dilúvio de Leonardo da Vinci 

Tridimensional - Espaço em Construção

 


"As runas são letras características, usadas para escrever nas línguas germânicas da Europa do Norte, sobretudo Escandinávia, ilhas Britânicas e Alemanha (regiões habitadas pelos povos germânicos) desde o século II ao XI. Tais caracteres têm sido encontrados em pedras rúnicas, e em menor número em ossos e peças de madeira, assim como em pergaminhos e placas metálicas". 

 


Berkana é uma Runa que representa a árvore Bétula, significando começo, expressando a energia do crescimento e renascimento, renovação da vida, possibilidade de novos caminhos. Todos os ciclos de nossas vidas possuem algum período de gestação. Berkana ou Beorc é a representação deste momento de proteção e acolhimento, apresentando-se como no ventre materno, onde temos que usar das boas energias recebidas para desenvolvê-las e transformá-las em vibrações positivas, que auxiliarão a construir o nosso futuro. 

Refletindo sobre a crise que atravessamos lembrei das tantas vezes  que reclamei sobre dificuldades na venda da minha decadente casa, ansiando pela mudança para um apartamento fácil e seguro. 

Hoje vejo na vegetação que cresce abundante, quase que invadindo a casa, um abraço da Mãe Natureza, encobrindo, amortecendo, envolvendo...É a paz transmitida pelo verde, pelo canto dos inúmeros passarinhos que habitam as árvores. 

Comunhão protetora no pequeno oásis de árvores, arbustos hera  e plantas silvestres entre edifícios impessoais  e distanciados.

Assim seria a Casa Ninho de Berkana. 

 

Casa tronco cujos  cômodos emergem como galhos, transbordam de vegetação e madeiras, repletos de cheiros da árvore-da-seda,  de camélias, pitangas, araçás, musgos,  enquanto rolas, bem-te-vis, pica-paus e corujas disputam território cantarolando. Repleta das cores da Mãe Terra.

Uma experiência multisensorial, tridimensional, lúdica.

 

Inicialmente,  no papel, a casa se revelou fantasmagórica, sombria, com seus galhos retorcidos, até que surgiu a casa ninho...ou seria o Ninho de Berkana, gestado no interior de um baobá  africano, generoso, simétrico, mas igualmente multisensorial. 

Árvore que no interior do seu tronco pode armazenar milhares de litros do precioso líquido indispensável a vida: água.