O admirável deixa de ser, quando permite que a vontade sobreponha a ética.
Quando o douto e letrado se apropria destas características e do poder que lhe conferem para doutrinar o incauto.
Torna-se grave e injustificável se ocorre apropriação da cátedra, território neutro e alienável, para tais propósitos.
Houve tempo que escolas eram santuários, semelhantes aos templos, oásis neutros preocupadas em transmitir de uma geração para outra o cabedal cognitivo adquirido pelo homem, no decorrer da sua história. Conhecimento que permite a situação de conforto para o atual 'status quo'.
Tal característica de neutralidade e liberdade de escolha se perde quando doutrinas transitam nos locais de ensino, declaradas de forma dominadora, a revelia de vozes dissonantes.
Pergunto-me em que curva do caminho este douto se afastou da ética, da nobre arte, para vestir o manto da certeza sentenciosa em detrimento do conhecer, ensinar e respeitar.
Quando as páginas em branco passaram a ser convite para a escrita totalitária que preenche todas as linhas sem deixar espaço para o livre arbítrio?
Decepciono-me com a espécie. Talvez os deuses astronautas sejam de melhor teor.
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